Wednesday, December 13, 2006

Quase....



Adam é um jovem rapaz irlandês que vive em Ennis, no sul da Irlanda. Ex-activista do IRA, Adam, desiludido e cansado de lutar foi dar aulas numa escola primária, na vila de Ennis.
Apreciador da calma e da tranquilidade do campo, vive numa pequena casa de campo, já fora da vila, para onde vai todos os dias, na sua bicicleta, dar aulas.
Excelente professor primário, Adam estudou literatura em Dublin onde conheceu o IRA. Mas Adam não tolera a vida citadina… cosmopolita…, a confusão da cidade… o barulho dos carros… as buzinas, o passar das pessoas… a rotina da cidade. Adam trocou o movimento revolucionário e, principalmente a vida rotineira da cidade, pelo campo, o som dos rios, a tranquilidade da vila, o cantar dos pássaros e a simpatia das gentes do sul da Irlanda.
Adam detesta carros, prefere a sua bicicleta como transporte, dá-lhe liberdade… é a simplicidade em oposição ao ruído e à confusão das grandes cidades.
A sua bicicleta, clara, com grandes rodas, uma luz junto do guiador e ao lado a campainha, que usa devido apenas como aviso, quando chega à escola; é impossível falar de Adam sem falar do seu amor à bicicleta e aos seus alunos… crianças do campo, com quem Adam passa a maior parte do tempo, mesmo quando as aulas acabam.
Único professor primário de Ennis, as suas aulas são extremamente cativantes chamando a atenção dos mais novos, mas também dos mais velhos, e por isso, juntam-se às janelas da pequena escola para ouvir as explicações de Adam.
Ewa, holandesa de férias na Irlanda, numa visita à vila de Ennis, vê muita gente junto às janelas da escola e, curiosa, desce da sua bicicleta, aproxima-se e também ela se sente cativada ao ouvir Adam.
Esperando o fim da aula, Ewa segue Adam e aborda-o perguntando porque é que se limita a um vila tão pequena... Adam convida-a para uma volta de bicicleta, mostra-lhe o rio da aldeia, a ponte sobre o rio, a pequena loja de bicicletas e o largo da escola onde as crianças brincam.
Os passeios repetem-se, e Ewa acaba por ficar em Ennis mais tempo do que o previsto.
Entretanto Grootveld, líder do Provos, irmão de Ewa, contacta a sua irmã e diz-lhe que o movimento está cada fez mais forte… está em preparação o “plano das bicicletas brancas” e, por isso, o movimento precisa de Ewa.
Completamente apaixonada, Ewa pede a Adam para ir com ela para Amesterdão. Adam, também encantado POR Ewa, tenta resistir, dizendo que Amesterdão é uma cidade muito grande, com muita confusão, e que prefere a vida no campo. Ewa fala-lhe do Provos… das pessoas… do movimento e de como este tem contribuído para a contestação contra o automóvel e os problemas ambientais causados pela poluição. Fala-lhe ainda do “plano das bicicletas brancas” e de como esse plano pode preservar cidades como Ennis da tirania dos carros.
Adam, movido por uma enorme paixão por Ewa, e confiando cegamente que o movimento é forte e capaz de alterar a cultura imposta pelo automóvel, vai para Amesterdão.
Chegando a Amesterdão de comboio, Adam apercebe-se de que nada é como Ewa lhe contara. Em vez de pequenos rios, Adam vê enormes canais e grandes pontes numa cidade roubada ao mar, completamente plana.
Cheia de carros… pessoas…, o barulho é ensurdecedor, nada disto corresponde ao que Adam imaginou pelas descrições de Ewa, nada disto é o ideal de calma e tranquilidade que Adam encontrou na pequena cidade de Ennis.
Sem ninguém em quem confiar, Adam entrega-se completamente ao amor por Ewa e, consequentemente, ao movimento.
Conhece Grootveld, um lunático, líder do movimento, de quem se torna grande amigo, porque, apesar de terem personalidades completamente opostas, parecem partilhar dos mesmos ideais revolucionários.
Depois de vários trabalhos que executa para o Provos, Adam torna-se cada vez mais influente e respeitado no movimento, devido à sua postura e coerência.
O dia do plano das bicicletas brancas aproxima-se, e… reunião após reunião são definidos os planos a executar e as funções de cada um.
É a Adam que vai caber liderar o grupo de resistência à policia, enquanto Grootveld e um pequeno grupo andarão pela cidade a espalhar e pintar bicicletas de branco.
Finalmente chega o “dia D”, é um dia chuvoso e cinzento, como tantos outros nas grandes cidades. Adam levanta-se e, enquanto se veste, vêm à sua mente os bosques que circundam Ennis… o pequeno lago… o rio… a velha ponte… a pequena escola… e a SUA BICICLETA… Respira fundo, ao sair de casa, e dirige-se ao local de encontro… São poucos os que aí se encontram, mas em menos de meia hora o local está repleto de gente que contesta… São aos milhares… homens e bicicletas… gritam palavras que Adam não consegue perceber… é talvez Flamengo…. Adam ainda consegue caminhar na frente dos manifestantes… e os seus olhos procuram Ewa… desesperadamente… se ao menos Ewa ali estivesse … talvez pudesse traduzir o que eles diziam…
Ewa ainda não conseguiu chegar ao local da concentração. As manifestações e a contestação acontecem em vários locais de Amesterdão. Ewa começa a temer por Adam… começa a pressentir que algo de mal poderá acontecer… Ewa larga a bicicleta e atravessa a cidade a correr… aos tropeções… Amesterdão é um mar de gente que contesta… Adam já não lidera o grupo de manifestantes… os gritos são cada vez mais fortes e mais incompreensíveis… a policia tenta dominar a multidão, cada vez mais incontrolável. Adam sente que já nada pode fazer… Ewa não está … A policia agride-o… A multidão sufoca-o… Adam sonha com Ennis…que rodopia na sua cabeça, como a roda da sua bicicleta…e de repente … é tudo negro.

4 comments:

Anonymous said...

Pois foi... quase.
Tenho um carinho especial por esta história, escrita por vezes nestas mesmas teclas. E também pelas fotos, que tentei colar cuidadosamente no dossier :p
É impossível não recordar o frio da Guarda. Foi bom.
A vida está em dívida para contigo! No próximo objectivo que tentares atingir, vais ter ajuda extra.
Nunca duvidei de que vais fazer coisas grandes. Talvez apenas não fosse aquele o teu caminho...

Neide

Johnny Guitar said...

A vida não está em divida p'ra comigo, eu é que não estive á altura da ocasião,
quando á miserável história, foi escrita inteiramente no meu quarto, a sós, eu e o papel.
Agradeco a ajuda extra, ms as coisas sabem melhor quando feitas pelas nossas proprias maos.
Para terminar: meu caminho é aquele que eu escolho e nao o que me é mostrado.
desculpa se estou a ser muito frio, embora acho que nao estou a ser, nao quero ferir suscetiblidades.mas nao concordo em nada com o teu comentário, e como tal, respondo-te, em publico. Tens todo o direito de comentar o que aqui ponho, assim como, eu tenho o direito de dizer o que acho em relação aquilo que dizes neste meu espaço.

Anonymous said...

A "ajuda extra" de que eu falava era a vida/sorte que te ia dar. Sempre consegui atingir todos os meus objectivos com o meu esforço e o meu mérito e, por isso, também acho que os outros devem fazer o mesmo.
Tens razão, não estiveste à altura da ocasião, assim como também não estás à altura para receber um comentário agradável, sem qualquer pretensão de "lição de moral" nem do que quer que seja.
Uma parte da "miserável história" foi escrita comigo, no meu computador, num quarto na Guarda, e algumas fotos também lá foram tiradas, por isso a referência a tal sítio (não havia necessidade de referir nada disto, mas já que fizeste questão de mentir, eu faço agora questão de dizer a verdade). Mas para mim até podes dizer que a escreveste na China, porque não tenho nada a ver com isso.
Uma vez que não te ataquei, não vejo qualquer necessidade em defenderes-te, aliás, seres desagradável e quase mal-educado. Mas mais uma vez, se não percebeste a boa-onda do comentário, já não é problema meu.
Claro que tens todo o direito de dizer o que quiseres, até porque a «liberdade de expressão» é para ser respeitada. Não acho que tenhas sido nada frio, apenas arrogante e se isso ferir a susceptibilidade de alguém, é a tua e não a minha.
Por último, podes dizer o que quiseres em público, pois não tenho nada a esconder. Acho que é tudo uma questão de bom senso (interpreta como quiseres).
Fico feliz que sejas tu a escolher o teu caminho. Só tenho pena que sintas necessidade de atropelar tanta gente para percorrer esse caminho. Continuo a ser tua amiga como sempre fui, mas a mim não me apanhas mais no meio da estrada.

Neide

Johnny Guitar said...

obrigado







meet the 3rd