Tuesday, October 17, 2006

Luiz Pacheco, o Libertino

Outubro, 15.
Noite em Vieira do Minho friorenta e agitada por pesadelos, incongruências, palpitações. Já de madrugada, O Mensageiro das Trevas aparece-me na cama, agarra-me quase ao colo com os seus dedos de aço nos braços e diz-me baixo, numa voz irónica mas simpática (ou cínica e trocista?): "Ontem (referência, parece, a um sonho meu da véspera, em que me surgira A Morte, com a sua caveira comum, de dentuça à mostra, cara desgraçada!), ontem viste-me com a minha triste cara verdadeira, hoje venho alegre (a face dele era uma máscara apalhaçada, coberta de giz) mas é para te dar uma má notícia, coitado (1):

AMANHÃ MESMO MORRERÁS!


in:O LIBERTINO PASSEIA POR BRAGA, A IDOLÁTRICA, O SEU ESPLENDOR (1970)

(excerto de uma entrevista na rtp2)

- Tem alguma coisa a dizer, aos jovens escritores, novos talentos da literatura, que estao a começar ?

- Tenho....(pausa)....Puta que os pariu.

Luiz pacheco.

http://www.triplov.com/luiz_pacheco/

2 comments:

Anonymous said...

É assim que Luiz Pacheco, no breve texto "O libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor", nos dá uma imagem mais rica e mais exacta da realidade portuguesa do que toda uma literatura que se pretende inferente; e por isso mesmo o consideramos o mais português e o mais universal (logo o menos provinciano) dos escritores portugueses vivos.
(Júlio Moreira)

Vale a pena ir lá ler o resto dos textos, porque o senhor Luiz não tem mesmo "papas na língua"!

Nani said...

bom demais, bom demais! obrigado por me dares a conhecer este senhor.